MSc. Marta Buffon Martins
Ao observarmos o crescimento das empresas exponenciais cujos principais ativos são informação, interação, tecnologia e comunidades, temos a certeza que as estruturas organizacionais tradicionais precisam ser repensadas.
A briga pelo poder e a burocracia do modelo hierárquico tradicional dificultam o crescimento e tornam a estrutura lenta e onerosa. Neste contexto, a concorrência pode surgir de setores aparentemente diferentes e deslocar o líder de mercado sem a possibilidade de reação.
As organizações da nova economia integram as forças internas e externas ao ecossistema permitindo o protagonismos dos clientes, produtores e consumidores. O número de interações e o efeito da rede de associação são fonte de vantagem competitiva. Dessa forma ocorre a agregação de valor, eliminando barreiras que dificultam a entrega de valor. A hierarquia rígida de comando e controle nas organizações parece ser uma fonte de criação dessas barreiras.
Como a hierarquia no modelo tradicional atende essa necessidade de encorajar constante protagonismo?
A visão sistêmica, capacitação e conhecimento são os recursos dos membros da organização que facilitam essa interação. Assim, os integrantes da empresa atuam com maior capacidade de se adaptar às alterações de cenários econômicos e de mercado, com conhecimento necessário para autogerenciamento. As equipes autogeridas aprendem mais rápido e precisam de menos gestão acima delas. Hierarquias orgânicas e matriciais parecem ser o novo modelo, nas quais as contribuições de todos os membros da equipe são incentivados, o conhecimento é compartilhado e o feedback é constante.
Comentando sobre a perda dos empregos tradicionais e os novos empregos, Yuval Harari no livro 21 Lições para o Século 21 (2018), nos faz refletir: “Toda a rotina é um convite a ruptura e toda a hierarquia é um convite à revolução. O parceiro de ontem, pode se metamorfosear no superintendente de amanhã e todos os protocolos e manuais terão que ser reescritos a cada ano.”
Precisamos praticar novos modelos e alterar a mentalidade de comando, controle e poder na hierarquia das organizações. Assim, teremos a agilidade para planejar um novo modelo de hierarquia orgânica, bem como para aprender as novas regras para a estratégia.
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